Servidores no Brasil não fazem tanta diferença na velocidade do site

A velocidade de um site é influenciada por muitos fatores, e a localização geográfica nem é o mais importante dels.

Este post foi atualizado pela última vez há mais de 3 meses.

Diariamente recebemos consultas de pessoas interessadas em alugar VPSs ou dedicados localizados no Brasil, crentes que este será o fator capaz de acelerar a carga de seus sites.

De fato, este é um fator menor, pois além da latência da rede há muitos outros fatores que tornam a carga de uma página mais lenta, entre os quais podemos destacar:

  • a largura de banda disponível no servidor;
  • o “peso” da página;
  • scripts e widgets adicionais que “puxam” dados de servidores externos;
  • a lógica dos scripts que geram a página;
  • o hardware que executa o script que gera a página.

Infelizmente, largura de banda é um produto muito caro no Brasil, ainda. As razões para isso não vêm ao caso, mas incluem carga de impostos, mão de obra, e outros custos operacionais que aqui são mais elevados.

A PortoFácil não tem máquinas no Brasil por este motivo, pois preferimos ter máquinas nos Estados Unidos ou no Canadá com cem vezes mais banda disponível, com hardware muito melhor, e por preço inferior, mesmo considerando os impostos.

Infelizmente as pessoas pensam que alguns milissegundos na latência (que é o único ganho real que máquinas fisicamente no Brasil conseguem ter sobre máquinas no Exterior) vão fazer seus sites melhor vistos aos olhos do Google.

Largura de banda

Com o dinheiro que se paga a mensalidade de um link de 1Gbps nos EEUU, pode-se ter apenas 2Mbps no Brasil, no máximo 3Mbps. Alguns milissegundos de latência não conseguem compensar a deficiência em largura de banda.

Peso da página

Este talvez seja o principal fator que os donos de sites deveriam considerar, mas preferem ignorar, como na piadinha do bêbado. É mais fácil achar que mudando para um servidor em outra localização geográfica o problema estará resolvido como que por mágica do que investir tempo em análise e otimização de suas páginas.

O maior problema, e também o mais comum, é o uso de imagens em alta resolução, sem tratamento para a web, em dimensões excessivamente grandes.

Scripts e widgets externos

Outro grave destruidor da rapidez de uma página, muito mais importante que a localização geográfica do servidor, é a presença de scripts e widgets que buscam dados de outros sites (como scripts de publicidade, integração com Twitter ou Facebook, etc). Se o site externo for lento, o seu site também ficará, pois o carregamento e a exibição da página ficarão paralisados até que o script externo termine de carregar e executar.

A lógica dos scripts

Além disso, é fundamental para o carregamento rápido de uma página que o script que a gera, caso não seja HTML estático, seja bem escrito e otimizado, e que seja capaz de tirar proveito de caches. Caso contrário, o tempo de execução do script poderá ser muito maior que o ganho de milissegundos na latência mais baixa de máquinas próximas (no mesmo país).

Hardware do servidor

Outro fator a ser considerado antes da localização geográfica do servidor é se a máquina que vai executar o site tem hardware suficiente para atender toda a demanda que o site gerar.

No caso dos VPSs e servidores dedicados, mercado em que atuamos, este não chega a ser um problema tão grave, pois os recursos contratados são exclusivos do cliente. Já no caso de hospedagem compartilhada, um cliente que tenha o site mal comportado poderá prejudicar todos os outros que dividam a máquina com ele.

Latência e tempo para o primeiro byte

Apesar de tudo o que está descrito acima, há duas métricas que podem ser positivamente afetadas pela presença física de servidores no Brasil: a “latência” e o TTFB (Time to First Byte — ou tempo para o primeiro byte, em Português).

Podemos dizer que, em se tratando de redes de computadores, “latência” é o tempo que um pacote mínimo de informação leva para sair do dispositivo de origem, chegar ao seu destino e fazer o caminho de volta. É o famoso “ping.”

Já o TTFB está diretamente ligado à latência, mas depende também de muitos outros fatores relativos ao hardware do servidor e principalmente do software que executa o site: é a medida do tempo que um visitante precisa esperar entre “apertar o enter” e o navegador receber o primeiro byte de informação do servidor remoto.

A menos que estejamos falando de servidores de jogos, a latência é um mito quanto à velocidade do site e — o que realmente importa — à percepção de velocidade medida pelo Googlebot.

É muito mais importante ter caches bem configurados e sistemas “enxutos” e bem dimensionados, para diminuir ao máximo o processamento no servidor, o que implica entregar ao visitante os dados requisitados no menor tempo possível.

Quem queira diminuir a latência de seu site e melhorar o TTFB de suas páginas sem gastar nada, não importando onde estejam seus servidores, pode fazer uso da Cloudflare, que dispõe de planos gratuitos ilimitados.

Veja o que já publicamos sobre Cloudflare:

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