O que é RAID e qual sua importância para os servidores? Redundant Array of Independent Disks, conjunto redundante de discos independentes, é como se chama a tecnologia de espelhamento de unidades de disco. Seu objetivo é melhorar a segurança dos dados armazenados neles, assim como acelerar o acesso às informações.

Para fazer uso do RAID é necessário ter pelo menos duas unidades de disco idênticas “montadas” em nível lógico como uma única unidade.
Em outras palavras, as unidades são configuradas de tal forma que o Sistema Operacional enxerga apenas um único disco, e os arquivos são gravados de maneira distribuída e espelhada em todas as unidades físicas.
Caso aconteça um “desastre” — o jargão bastante apropriado em Informática para situações de perda de dados — normalmente é possível transferir toda a informação salva nos discos para um equipamento novo com confiabilidade e segurança, ao menos em se tratando de RAID 10 (explicação sobre os níveis de RAID logo abaixo).
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Por que usar ou não usar
Como regra geral, sempre que possível devemos fazer uso desta tecnologia em quaisquer servidores dedicados, uma vez que o atualmente o custo das unidades de disco está relativamente acessível.
O ganho com segurança (pela redundância dos dados) compensa o investimento mais alto. Bem como a facilidade de recuperação em caso de desastre também é uma justificativa mais do que suficiente para inclusão desta tecnologia em todas as máquinas.
Assim, não vemos motivo para não se usar a tecnologia.
O custo pode ficar um pouco mais elevado quando forem necessárias controladoras físicas — hardware — para implementação. Entretanto, por software é suficientemente eficiente para a maioria dos casos. Sem implicar os gastos e a complexidade adicionais.
Níveis de RAID
Os conjuntos de disco com esta tecnologia costumam ser classificados em “níveis”. Ou seja, de acordo com a maneira como são configurados.
Os dados armazenados em um conjunto RAID podem ser espelhados (daí a redundância), podem ser fragmentados (o que aumenta o desempenho) ou uma combinação destas.
RAID 0
No nível 0 não existe espelhamento, logo os dados não são redundantes.
Contudo, os dados são fragmentados, ou seja, parte da informação fica armazenada fisicamente em uma unidade, parte em outra.
Essa característica faz com que o acesso aos dados, principalmente nas operações de gravação, fique um pouco mais rápido. Porém, caso uma das unidades do conjunto sofra danos, o conjunto inteiro estará condenado. Não sendo possível recuperar os dados com segurança e rapidez (salvo milagres e outras condições sobrenaturais com as quais não trabalhamos).
A tecnologia, neste nível, requer pelo menos duas unidades de disco iguais para funcionar.
RAID 1
Semelhante ao nível 0, o RAID 1 também requer duas unidades de disco para funcionar. O espaço total disponível no conjunto será igual ao tamanho de uma unidade.
Sendo assim, enquanto o RAID 0 trata de fazer fragmentação dos dados o RAID 1 faz exclusivamente espelhamento destes.
Em outras palavras, tudo o que é gravado no conjunto de discos é gravado igualmente em todas as unidades. Ou seja, cada disco contém cópias completas de todos os dados do conjunto. Tal característica implica uma alta tolerância a falhas. E em caso de pane em uma das unidades de disco o sistema continua funcionando com a(s) outra(s) unidade(s) perfeitamente. Possibilitando ações preventivas antes mesmo que um desastre aconteça, tais como a migração dos dados para um servidor novo.
Embora uma avaliação superficial possa levar a crer que o nível 1 pode ser lento, na prática isso não acontece. Ainda mais em se tratando de armazenamento em SSD.
RAID 5
Já o RAID 5 requer pelo menos três discos e tem características tanto do nível 0 quanto do nível 1. Os dados são distribuídos em todos os discos, mas também são mantidas cópias das informações de paridade que possibilitam ao dispositivo controlador reconstruir as unidades em caso de falha, possibilitando ao sistema operar mesmo que uma das unidades sofra danos.
RAID 10
RAID 10 ou RAID 1+0 é o mais rápido, complexo e confiável nível de RAID.
Na verdade é chamado de 10 ou 1+0 porque combina as características de distribuição de dados do nível 0 com a redundância do nível 1.
Este nível de RAID requer pelo menos quatro unidades de disco. E o espaço total disponível será igual ao espaço disponível em uma única unidade. Isso porque, reiteramos, os dados são distribuídos e espelhados totalmente nesse arranjo.
Pela sua complexidade o RAID 10 requer controladoras físicas mais caras, bem como a quantidade de unidades idênticas a tornam mais dispendiosas.
Outros níveis de RAID
Existem outros níveis de 2, 3, 4 e 6 que, propositalmente, não cobrimos aqui porque são mais raros. E nosso objetivo é esclarecer e não ser detalhistas ao extremo.
RAID não substitui backups!
Como último alerta, vale lembrar que esta tecnologia, não importa como seja feita, não substitui ou suplanta a necessidade de uma boa política de cópias de segurança.
Nunca é demais lembrar uma piada comum nos ambientes de TI da empresa que faliu após uma pane em seus computadores porque tinha uma excelente política de backup, mas nunca tinha pensado em uma de restore.
Enfim, os clientes da PortoFácil contam com backups diários automáticos de seus sites em servidores localizados em continentes distintos, e podem trabalhar sem preocupar-se com este imenso detalhe.